12 de dezembro de 2009

Mais um.

    
     Mais um; de tantos, este que por fim, ou mais por início, decidi escrever.
     Aceso, sentidos receptivos. No entretanto, sentidos direccionados, desatentos, sentindo o prazer, o último antes da deita. No impasse do final, uma dor uníssona, ressoante, aguda, o último suspiro, construindo o ultimo nevoeiro meu, só meu, nesta noite de frio cristalino. Frio cristalino, esse que notado única e somente no final, ao mesmo tempo que um cheiro que não gosto, um cheiro que gostaria de ter sempre oportunidade de sentir. Só no final. Manga gélida, consequência do arremesso, do cuidado extra com o despertar e a abertura dos sentidos, do pouco resto de prudência que resta. A cada um que vou apagando, um pouco me leva desta prudência que me caracteriza, que como dito, aos poucos deixa de caracterizar.
     Sem entrar na mais-valia da poeira em mim, senti neste trovão novamente a pergunta, arrebatadora, da qual estou meramente e simplesmente cansado; será desta? Não me parece tal.
     Quase conseguida a sobrevivência a um ano mais. Encontro em meu ser traços de sempre, e porque isto me incomoda, levo de mim o sermão acerca de não me agarrar. Sou justo comigo nesta condição? Ou mereço o que mais quero ouvir? Uma espécie de desculpa, ou porventura um perdão.

     Escrito a 18 de Novembro de 2009.

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